FONTE TN PETRÓLEO
Quando da ocorrência de um incidente de poluição por óleo, as ações de resposta buscam reduzir o impacto sobre o meio ambiente, preservando os recursos naturais e a saúde humana.
Em um momento crucial destes, saber o que fazer, como e porque fazer, dentre tantos outros detalhes, é decisivo para a eficiência das medidas que serão adotadas. Assim, o sucesso de uma operação de resposta não depende somente da utilização de equipamentos de última geração, mas, principalmente, da atuação de equipes capacitadas de acordo com as melhores práticas operacionais vigentes, adotadas internacionalmente.
Em questões relacionadas a derramamento de óleo no mar é a IMO (International Maritime Organization), agência especializada da Organização das Nações Unidas, que normatiza e estabelece padrões para as atividades relacionadas ao setor, em especial, para treinamentos. Esta responsabilidade foi conferida à IMO a partir da publicação da OPRC – Convenção Internacional sobre Preparo, Resposta e Cooperação em Casos de Poluição por Óleo, em 30 de novembro de 1990, na Inglaterra.
A OPRC foi estabelecida após o acidente com o navio Exxon Valdez, registrado em 24 de março de 1989. Na madrugada daquele dia, o navio chocou-se contra uma formação rochosa no Golfo do Alasca, provocando um dos maiores desastres ambientais não só dos Estados Unidos, como do mundo. A colisão ocasionou o vazamento de 36 mil toneladas de petróleo bruto (cerca de 20% da carga) e a contaminação de 1.800 quilômetros de praia, causando a morte de milhares de animais, entre peixes, focas, lontras, aves e baleias.
O Brasil tornou-se signatário da OPRC em 3 de abril de 1991, sendo a Convenção promulgada pelo governo federal em 1998, através do decreto n° 2.870. O Artigo 6 da OPRC estipula que as partes integrantes da Convenção devem estabelecer um programa de exercícios para as organizações de resposta a incidentes de poluição por óleo, bem como o treinamento das pessoas envolvidas neste tipo de operação. Assim, a IMO foi destacada para o desenvolvimento de um programa de treinamentos englobando todas as áreas de planejamento, resposta e gerenciamento de derramamentos de óleo, criando um padrão global.
No Reino Unido, a guarda costeira britânica – MCA (Maritime and Coastguard Agency) manteve os padrões estabelecidos pela IMO, fazendo alguns ajustes para adequar a aplicabilidade das normas à realidade do cenário britânico.
O atendimento às normas fixadas pela IMO e pela MCA é, por sua vez, verificado e certificado pelo The Nautical Institute, organização internacional com sede em Londres e credenciada à IMO, que se dedica à introdução e certificação de sistemas de formação e capacitação de profissionais marítimos.
Ou seja, as empresas certificadas pelo The Nautical Institute estão habilitadas a treinar pessoas conforme os mais altos padrões existentes. Para se ter ideia da importância do reconhecimento concedido pela instituição, em alguns países, as companhias só podem treinar profissionais marítimos se possuírem o certificado do The Nautical Institute. Onde não há essa obrigatoriedade, a posse do certificado é altamente recomendável, justamente por demonstrar este alinhamento das organizações junto aos parâmetros instituídos pela IMO.
No Brasil, os cursos certificados pelo The Nautical Institute chegaram em 2002, quando o instituto certificou pela primeira vez uma organização fora do Reino Unido para ministrar os cursos padrão IMO e MCA. Na ocasião, a empresa Alpina Briggs teve seus treinamentos reconhecidos e a partir de então vem a mantendo ininterruptamente, sendo que a mais recente recertificação ocorreu no final de 2015.
Quando uma empresa é certificada pelo The Nautical Institute, a cada três anos passa por uma auditoria de recertificação. “O fato de as companhias serem auditadas periodicamente assegura ao cliente a compra de um treinamento atualizado, desenvolvido com base nos padrões da IMO”, comenta John Cantlie, Gerente de Operações da Alpina Briggs.
Entre os cursos padrão IMO/MCA que a Alpina ministra, destacam-se Familiarisation (Operator) (MCA 1), Ports and Harbours (MCA 2P), First Responder (MCA 3 / IMO 1), On Scene Commander (MCA 4 / IMO 2) e Executive Commander (MCA 5 / IMO 3). “Muitos veem os treinamentos como uma despesa, mas o sucesso de uma operação está diretamente ligado à boa preparação do profissional. É preciso investir nas equipes de resposta”, destaca John. Na Alpina, os instrutores que ministram os treinamentos possuem mais de 10 anos de experiência em oil spill response e já atuaram em muitas emergências, inclusive em cenários internacionais.
Ao todo, até 2015, a Alpina já capacitou mais de 6.800 alunos em treinamentos padrão IMO/MCA. A satisfação entre os participantes alcançou um alto índice, registrando média de 4,5 pontos – em uma escala de 1 a 5 – nas últimas pesquisas realizadas. “O feedback do cliente nos permite ajustar e aprimorar continuamente nossa metodologia”, explica John. Conforme a necessidade do cliente, a Alpina Briggs adapta seus cursos, que podem ser realizados nas dependências do cliente ou na própria Alpina, uma vez que a estrutura da empresa também foi aprovada pelo The Nautical Institute para tal finalidade.
“Mesmo para os cursos que não possuam normas de padronização, a Alpina segue os melhores parâmetros de qualidade em seu desenvolvimento e aplicação. Um exemplo disso é o Portal de Treinamentos, uma iniciativa pioneira para que os profissionais façam cursos de reciclagem online, como é o caso do curso refresher para tripulações de OSRVs (Oil Spill Recovery Vessels)”, completa John.
Fonte: Mariana Pessoa Duarte