FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO
FLAVIA MARTIN
DA ENVIADA A SÃO SEBASTIÃO
“Agora que você não vai me servir cafezinho mesmo”, brincou “Gordo”, diante dos escombros onde antes funcionava a sede da garagem de barcos do amigo e empresário Marcelo de Lourenço, 49, às margens do rio Boiçucanga.
O espaço de alvenaria abrigava a recepção, o escritório e um salão de jogos, e ruiu no domingo depois que a água veio com a chuva e “comeu” o último metro e meio que restava entre a construção e a beira do rio. A distância, porém, já foi de 26 metros, segundo Marcelo.
Em 2005, a Petrobras foi até o terreno para substituir um oleoduto que passa debaixo do rio. Para a ação, a petrolífera teve de desmanchar o muro original e depois refazê-lo. Mas o muro nunca mais foi o mesmo.
Nas chuvas da Páscoa de 2011, ele começou a ceder. Em novembro do mesmo ano, caiu de vez. A cada vez que chovia um pouco mais forte, diz Marcelo, a água avançava e o terreno cedia. Marcelo passou 2012 ligando para que a Petrobras reconstruísse o muro. “Chegaram a me perguntar se eu tinha um documento com o nome da terceirizada que fez a obra. A Petrobras que deveria saber!”, desabafa.
Em fevereiro, Marcelo contratou um advogado para reaver seu muro. “Não deu tempo”, diz. Agora, pretende cobrar também o prejuízo do desabamento.
A Petrobras, procurada no final da tarde, não comentou o caso.